segunda-feira, 19 de maio de 2008

"O Direito à Segurança" por Inês Pedrosa



Quando Berlusconis e os Alemannos deste mundo- ou seja, a direita e a extrema direita- são eleitos, a esquerda suspira, disserta viuvamente sobre a ignorância dos povos e sobre esse utensílio multiusos que é a "queda de valores", escandaliza-se, e descansa, desiludida, sobre esse escândalo. A realidade tem apenas o pequeno defeito de ser mais simples e brutal: as pessoas votam em quem lhes promete esse mínimo que se chama direito à vida. Segurança básica. Se Roma está a ferro e fogo, debaixo de um surto de roubos e violações constantes (...) - da Roménia, onde a lei penal é mais dura - e a esquerda não só não consegue conter a onda criminal como lhe responde com discursos vagos e floreados sobre a paz e a tolerância universais, é natural que as populações se virem para a direita. A Direita pode não saber resolver estas questões, e ser perigosissima para as outras (...) mas pelo menos assusta os bandidos, porque não tem medo de lhes chamar bandidos. (...)
fácil ser-se tolerante quando não se convive com o lado negro da Humanidade"
Excerto da "Crónica Feminina, de Inês Pedrosa, in Única (Revista do Expresso) nº1855 de 17 de Maio de 2008

Sem comentários: