quarta-feira, 28 de maio de 2008

Friedrich Nietzsche (1844-1900)



"Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar."

segunda-feira, 26 de maio de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

"Sanctus Espiritus, insanity is all around us"


Domingo, 25 de um maldito Maio- o Maio que me fustiga ano após ano com mais uma celebração da vida e que este ano me presenteou com melancolia quase suicidaria - deste penoso ano de 2008.

Estava na estação do metro na linha verde, a espera desse vagabundo que por norma teima em atrasar 7 a 10 segundos!

- Chegou,(...) direita ou esquerda? - pensei. Direita!

Sentei-me! A minha frente estavam, duas senhoras idosas. A do lado do corredor, tinha o aspecto mais normal de uma idosa portuguesa, de quem vive em harmonia com a vida. Quase que conseguimos adivinhar, família tradicional portuguesa, com netos, reforma de funcionária publica, come batatas com bacalhau na noite de consoada e tem quase de certeza uma casa rural em Mangualde ou numa outra localidade da Beira.

A do lado da coxia, não era uma vulgar idosa dos nossos dias que se passeiam pelos transportes públicos da capital. No momento em que mirei aquela Senhora, tocava no meu mp3 "Sanctus Espiritus, redeem us from our solemn hour, Sanctus Espiritus, insanity is all around us", e pensei: - não, não entrei num filme e nem estou a ver aquelas personagens caricatas de classe baixa típicas do universo de Almodôvar!

Jurei naquele instante- "não vais olhar para ela e fazer aquela cara de sarcasmo que o teu pai te ensinou cada vez que lhe pedias um pacote de batatas fritas!"

Mas fiz e rapidamente me apressei abrir o Expresso! Ah, já agora ela chama-se Amélia de Orleans, disse-me ela!

Descreve-la será no mínimo hilariante: Terá com certeza 67 anos, cabelo curto encaracolado, pele escura e muito engelhada da idade. Ostenta um porte digno de Amélia de Orleans, mas possui um distúrbio mental digno de respeito e direito a um acompanhamento.

Trazia no corpo um vestido de gala, longo de um cor de rosa puro, com rendas rosa e alguns adereços a complementarem a beleza das vestes. Uma mala de brilhantes, e jóias! Muitas Jóias. Mas a que sobressaia , era a belíssima safira que o colar dela tinha. Grande e de um azul ofuscante, que se confundia com a cor do mar. Cor essa que por sinal era a dos olhos da Amélia.

-"Estas a ler o quê?"- perguntou-me com um sorriso

-"o Expresso!" respondi com vergonha.

-"Eu estou a ler a palavra do Senhor. Acreditas em Deus?"

-"Acredito! mas não nesse Deus que a Senhora lê nessa revista. Esse é charlatão, esse consome-nos o dinheiro, a felicidade e cria demência à nossa volta!"- Ela lia uns folhetins da IURD, daquela incrível máquina de lavar dinheiro e de pegar nos reprimidos da sociedade e colar-se a eles como carraças, só que estas carraças consomem dinheiro!

Contudo, não se ofendeu, apenas respondeu - "-pelo menos estes iludem-me e prometem-me a salvação"- e eu não quis responder mais.

Baixa Chiado

Amélia de Orleans desfilava na estação do metro convencida que é a reencarnação viva da nossa última Rainha. Claro está que com a sorte que me é habitual, ela sentou-se ao meu lado enquanto esperávamos pacientemente pelo metro na linha azul.

Podia ter saído dali, ela cheirava mal e ninguém me olharia com bons olhos sentado ao lado daquela miserável mulher.

Levado pela minha sensibilidade que por estes dias tem estado afiada, deixei-me estar! Ela perguntou o meu nome: "- Luís"- respondi, foi então ai que ela se apresentou como Amélia de Orleans, ao qual eu ri e disse-lhe por muito que tenha algumas semelhanças com a Rainha, essa já morreu.

" - Está viva e sou eu, não vês meu filho!"- naquela hora pensei, maldita monarquia republicana que escravizas esta gente a mendicidade e não tratas os loucos com respeito.

Chegou o metro, e eu levantei-me, mas ela ficou sentada. Tive vontade de a fotografar, mas a dignidade dela merece que eu não devasse a sua privacidade nem deitasse a sua imagem à chacota das pessoas que vão ler isto.

Não que haja muito interesse neste meu contacto com esta mendiga, que para alem de padecer de distúrbios passa fome com certeza e não vive no palácio da Ajuda.

Mas infelizmente a insanidade está por todo o lado. Será que o Deus dos Católicos está a perder créditos e está deixar que outros Deuses ocupem cota de mercado, atacando nestas pessoas? E os outros Deuses, será que habitam em casas palacianas e passeiam pelo Reino dos Céus em grandes coches à conta destes fies mendigos a quem lhes cobram a dízima.

E a monarquia? ou a República, esqueceu os seus súbditos e não dá tratamento a esta gente que apesar das loucuras e infelicidades que carecem, merecem respeito, dignidade e tem honra.

Que Estado Social de Direito é este? Que Portugal é este, que não dá um prato de comida, um banho e um sitio limpo para esta gente viver. Onde estão as politicas sociais que tanto conquistam votos, mas que esquecem estas "rainhas" que passeiam pela capital do reino esganadas de fome, sedentas de justiça social! Afinal quem será mais medíocre? A Condição social da Amélia ou a ignorância de Um Estado ou de Deuses que não querem ver esta gente.

Pela primeira vez na vida senti vergonha de ser português, senti vergonha de ser crente numa religião e vomitei "parlapié" politico e religioso que os nossos carismáticos lideres debitam.

Eu não vou mudar o Mundo, mas também sinto repúdio pelo mundo que continua a maltratar os " reis e rainhas" da miséria.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

ESTRELAS DA POP ROCK INTERNACIONAL EM LISBOA




LENNY KRAVITZ

AMY WINEHOUSE

LISBOA 30 DE MAIO 2008

ROCK IN RIO LISBOA

segunda-feira, 19 de maio de 2008

"O Direito à Segurança" por Inês Pedrosa



Quando Berlusconis e os Alemannos deste mundo- ou seja, a direita e a extrema direita- são eleitos, a esquerda suspira, disserta viuvamente sobre a ignorância dos povos e sobre esse utensílio multiusos que é a "queda de valores", escandaliza-se, e descansa, desiludida, sobre esse escândalo. A realidade tem apenas o pequeno defeito de ser mais simples e brutal: as pessoas votam em quem lhes promete esse mínimo que se chama direito à vida. Segurança básica. Se Roma está a ferro e fogo, debaixo de um surto de roubos e violações constantes (...) - da Roménia, onde a lei penal é mais dura - e a esquerda não só não consegue conter a onda criminal como lhe responde com discursos vagos e floreados sobre a paz e a tolerância universais, é natural que as populações se virem para a direita. A Direita pode não saber resolver estas questões, e ser perigosissima para as outras (...) mas pelo menos assusta os bandidos, porque não tem medo de lhes chamar bandidos. (...)
fácil ser-se tolerante quando não se convive com o lado negro da Humanidade"
Excerto da "Crónica Feminina, de Inês Pedrosa, in Única (Revista do Expresso) nº1855 de 17 de Maio de 2008

sábado, 17 de maio de 2008

"Máscaras de Salazar" de Fernando Dacosta




Uma obra decisiva para a compreensão do século XX português
Máscaras de Salazar é a recriação de uma crónica pessoal a partir de testemunhos, de diálogos, de declarações, de confidências, de segredos que Fernando Dacosta teve com vários protagonistas (e opositores) do Estado Novo, inclusive Salazar.


Para julgar é preciso compreender. Daí o contributo deste livro, memória de gerações de pessoas convictas de um desígnio que foi morrendo com elas. É urgente reter a palavra, o testemunho com que influenciaram para sempre o nosso presente e o nosso futuro.


Através de dezenas de depoimentos inéditos, incluindo os do próprio Salazar e de D. Maria, a governanta-virgem, a revelação de dados até agora completamente desconhecidos: O ex-presidente do Conselho não caiu de nenhuma cadeira. Conservou, escondidas, duas cápsulas de cianeto fornecidas por Hitler.A Pide matou Delgado sem o seu conhecimento. Foi ele que sugeriu a fuga de Cunhal da prisão de Caxias.As razões que levaram a Santa Sé a considerá-lo a «encarnação viva do demónio"


Despedido ao denunciar Pedofilia

EMIGRANTE PORTUGUÊS NA SUÍÇA FOI AFASTADO DA RÁDIO ONDE TRABALHAVA


Este é mais uma das incríveis manifestações de poder das entidades patronais, o que não estávamos habituados era a ver, situações destas descritas em países onde a democracia e a lealdade de valores liberais bem como o respeito pelos direitos humanos estão há muito sedimentados.
Jorge Resende, informático na Rádio Suisse Romande, nem queria acreditar quando viu fotos com conteúdos vincadamente pedófilos no computador do subdirector da Rádio. Tentou denunciar o caso, mas foi ameaçado com o despedimento. Ao fim de algum tempo e na festa de Natal, onde juntava funcionários e filhos, denunciou o caso.
Agora o emigrante português está sem emprego e, a manifestar-se nas ruas de Lausanne e a clamar por Justiça.
Caso não consiga a reintegração profissional, Resende prevê transformar o protesto numa greve de fome. O director da rádio responsável pelas fotos teve apenas uma advertência e uma licença para tratamento psiquiátrico.
A Justiça Suiça, está analisar o caso e avaliar o material considerado ilegal e criminoso, contudo é vergonhoso que a Rádio anda a encobrir um crime e uma violação aos direitos da criança e da família. Mais vergonhoso é quando se proíbe um pai de três filhas, de denunciar um caso com esta magnitude, e mesmo quando o faz, porque está a zelar pelos direitos das crianças e pelo cumprimento da Lei.

terça-feira, 13 de maio de 2008






MOONSPELL




Novo album


"Night Eternal"


19 de Maio 2008





At Tragic Heights
E assim começa “Night Eternal”, com vocalizações sinistras tornando o início do disco pomposo. Depois de esperarmos minuto e meio numa trilha sonora interessante, eis que se inicia a raiva que os Moonspell cospem de uma forma tão madura sem nunca devassarem os seu património musical.
8.5
Night Eternal
Esta poderia ser a musica que abre o álbum, com arte de mestre, Moonspell injectam ódio e fúria, em que Ribeiro orquestra com gutural toda a musica, enfeitiçando o ouvido. De destacar “speed” do Gaspar com as baquetas e todas as vocalizações melódicas que arranjam este tema.
9.5
Shadow sun
Neste tema funde-se a voz sussurrante e cavernosa de Fernando Ribeiro, que nos transporta ao horror de um “sol de trevas”. Uma música conceptual, capitaliza a intenção de fazer deste Night Eternal um disco de poderoso, blasfemo e cativante
9.0
Sorpion Flower
Tema em dueto com Anekke (ex the Gathering) inunda os ouvidos e a alma com esta melodia que não se limita a ser orelhuda mas a tocar a negra alma do ouvinte.
9.5
Moon in Mercury
A influencia da Lua sobre Mercúrio envenena a musica numa aura de frieza e raiva contagiante.
8.0
Hers the Twilight
Chega a lembrar o “Memorial” pela fúria sanguinária que se debita a cada refrão. As vocalizações femininas enriquecem ainda mais o tema
9.5
Dreamless (Lúcifer and Lilith)
Possível sucessor de “Scorpion Flower” estamos perante mais um tema que entra no ouvido e não sai, dotado de um original romantismo negro, de uma sensualidade aveludada característica do metal gótico. Este é o tema mais consensual e intrinsecamente fabuloso do álbum.
10
Sping of Rage
Sem informação disponível
######
First Light
A encerrar mais uma obra de Moonspell, First Light apresenta-se como irmão de “full moon madness”, a grandiosidade deste tema, escraviza o nosso ouvido a beleza da violência desta música. Mais um épico na carreira dos Moonspell.
10
9,25/10




Crise Alimentar


Mais de 300 milhões de pessoas em risco de morrer à fome!!!


Retirar comida da boca dos pobres para "enfiar" nos depósitos dos carros dos mais ricos, está a provocar uma crise alimentar sem precedentes. A grande procura do biodiesel, devido ao elevado preço do crude, é uma das principais causas da calamidade. O Banco Mundial, já revelou que a crise dos alimentos já afecta 100 milhões de pessoas e se não solucionarem o problema rapidamente passará para 300 milhões, o numero de pessoas afectadas


E de quem é a culpa?

Desde o milagre económico Chinês e Indiano, escassez de milho provocada pelo biodiesel, ao aproveitamento e especulação de preços que as industrias do ramo alimentar, grande crescimento populacional (lembremos das teorias Maltusianas), politicas de ajudas ao mais pobres...entre outras, as causas são muitas e as soluções muito poucas.

Parece que os se interessam pelo problema, mas numa de "tapar o sol com a peneira" e continuam neste ciclo vicioso em que quem sofre são os "Cristos de sempre"


Mas a Crise não é para todos, as grandes multinacionais agro- alimentares registam lucros inéditos. A Cargill, viu os seu lucros subirem em 86% no primeiro trimestre de 2007 e muitas mais multinacionais do sector vêem os seus cofres a encher, estando o Mundo atravessar uma crise alimentar mas também uma crise de valor em que a imoralidade se sobrepõem a qualquer outro valor. "a fome do mundo é a nova fonte de lucros do grande capital financeiro, e os seu lucros aumentam na mesma proporção que ela"1


Três Soluções parecem plausíveis para se minorar a crise:

1- Mudar a politica de Ajudas aos Países Pobres- o mundo ocidental deve dar acesso a sementes de elevada produção e melhores fertilizantes, de forma a estes países massificarem a exploração agrícola e satisfazerem as necessidades internas, bem como exportarem os próprios produtos. Basta das migalhas que os "ricos" enviam para os países pobres. Criem condições para que estes ganhem pernas para andar. A vontade dos países ricos em manter os pobres ainda mais pobres continua mascarada pela falsa solidariedade que praticam.


2- Acabar com os subsídios ao Biodiesel- pagar para que os agricultores encham os depósitos dos carros com produtos agrícolas tem resultados desastrosos. Existem outras plantas, não alimentares, para além do milho, para aplicar na produção do biodiesel. Entendemos que o mundo precisa de formas alternativas de energia, mas a humanidade tem direito alimentação.


3- Maior protecção para as alterações climáticas- a construcção de reservatórios de água nos países afectados pelas secas pode fazer a diferença(...) .

As alterações climáticas continuam afectar colheitas de cereais (Canadá e Austrália)


A revolta contra a fome é mais um aviso contra as consequências da destruição do bem estar dos povos para benefício de um pequeno grupo de países...o capitalismo global tem que se sujeitar a novas regras que não as que ele criou





1- Boaventura de Sousa Santos