quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ouro Negro Português....



Portugal ganhou hoje a quarta medalha de ouro na história dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Nélson Évora pertence a partir de hoje ao restrito grupo de quatro atletas a fazer história no desporto olímpico português.
Quando tudo parecia perdido e a nossa honra apenas lavada por Vanessa Fernandes, Nélson Évora eleva a Nação ao pódio olímpico.
Como sempre sofremos com gosto, com lágrimas e alegria até a ultima, mas é um sofrimento que só cabe a quem português é e vive o orgulho português.
Não quero fazer um elogio à Nação, quero sim elogiar a Nação que tem filhos mas que tem a nobre virtude de acolher pessoas de outras cultura e etnias e as acolhe como filhos.
È nestas alturas que eu gostava de perguntar aos ideólogos de idiotices, se sentem orgulho no Ouro Olímpico conquistado por um negro acolhido na Pátria Lusitana.

E então? Será que o nacionalismo português engoliu o orgulho mesquinho e medíocre para poder festejar o Ouro Olímpico conquistado por Nélson Évora ou será que se enfiaram todos num buraco e estão a pensar na melhor maneira de se mortificarem por um preto os ter metido no lugar ridículo a que eles pertencem?

Escusem-nos de respostas, porque as pessoas detentoras de valores liberais e universais também não querem ouvir.

Portugal já não é um pais para brancos, mas sim uma pátria do Mundo onde cabemos todos.
Parabéns Nélson Évora, Parabéns Portugal!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A "Peste Negra" da Modernidade

A história do petróleo podia ser publicada sob o nome de “Peste Negra”, à excepção da Noruega, uma democracia pós moderna que criou um fundo para as próximas gerações alimentado pelas recitas petrolíferas, os habitantes de todos os outros países exportadores parecem amaldiçoados pela sua própria riqueza.
A mobilidade dos automóveis está por um fio e ameaça ficar presa nas mangueiras das estações de serviço. Aníbal Cavaco Silva pôs o dedo na ferida: a crise não chegou, ainda vem a caminha e vai bater forte. Portugal sem Petróleo? Agora, multiplicam-se os sinais de uma crise eminente, mas muito pior. Com o Irão – segundas maiores reservas de petróleo do Mundo – sob fogo cerrado diplomático, o berbicacho ainda está pior.

Em 1973, quando a Arábia Saudita desferiu o seu primeiro golpe e fechou as torneiras, as economias mundiais registaram, boquiabertas, a sua vulnerabilidade.
Em Julho do ano passado, a Agencia Internacional para a Energia anunciava que 2012 ia ser um ano crítico.
Ao contrário de um tremor de terra, que não se faz anunciar mas tem réplicas, “as crises do petróleo” anteriores foram prenúncios do que ainda está para vir: o grande abalo que, mais cedo ou mais tarde, vai fazer tremer o sistema económico e um estilo de vida alimentado e dependentes de petróleo.
No Texas, morreu-se e matou-se durante décadas por terras com potencial para os famosos pumpjacks a bombear petróleo. Nos últimos estertores da Rússia Czarista e nos primeiros anos de URSS, Estaline aterrorizava e extorquia fortunas às famílias dos milionários com concessões de petróleo em Baku. Mais recentemente foi a alta do preço do “ouro negro” que permitiu à Rússia pagar a elevada factura da divida externa que esta tinha acumulada de décadas (…) hoje os moscovitas são os melhores clientes da Bentley e Ferrari, e até os famosos ovos da Fabergé já voltaram à Mãe Rússia. Os ovos dão de ouros mas a galinha que os põe é o petróleo.

A lista dos doze maiores exportadores de petróleo do mundo é liderada pela Arábia Saudita, regime fundamentalista medieval; Rússia, cada vez mais autocrática e liderada pelo um grupo de ex- KGB; o Irão, à beira de um conflito armado; EAU; Kuwait; e a opereta presidência de Hugo Chávez na Venezuela.

Esta crise, para alguns é uma visão do Apocalipse, para outros é o começo da era verde com desertos a florir por todo o planeta.
No inicio de 1999, com o preço do petróleo a oito dólares o ministro saudita xeque Yamani previu uma queda duradoura do petróleo a partir de 2005, seguida de um crash permanente por quebra da procura. Depois do carvão e da madeira ia chegar a vez do ouro negro ser substituído por outra fonte energética. A galopante perda de valor desta met´ria explicava-se pela aposta nas renováveis e na emergente tecnologia Fuel.cell que iria mover carros e economias a partir do hidrogénio. Contudo os visionários não previram a subida meteórica do peço do petróleo e em 2008 atingiu máximos históricos e ameaça derrubar com a sustentabilidade das economias ocidentais.

O aumento acabou por ganhar uma dinâmica própria, alimentada pela procura, especulação, consciência da escassez e pânico dos investidores. Desde 1999 o preço do barril quase que aumentou 1700%. Se houver uma importante descoberta na forma de produção de hidrogénio, muitos economistas e o xeque Yamani poderão vir a ter razão. Nesse caso o petróleo não acabará, simplesmente será posto de lado. Mas se nos próximos anos a tendência se mantém, em 2017 o preço do barril chegará aos mil dólares e aí o caos e pânico serão a nova ordem mundial. –“ o fim aproxima-se”